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Publicado em: 15 de junho de 2023 às 23:52
Leio pelo DEBATE sobre terem, finalmente, conseguido culpabilizar a tal da contadora da Prefeitura, por expropriações no erário aí de Santa Cruz. Acompanhei com o devido interesse este assunto nos últimos anos e por fim, vendo tudo ser concluído, me fica a pergunta: Quantos anos demorou para o desenlace final? Enfim, tudo é muito lento neste país. Me dizem ser assim mesmo, a “Justiça tarda mas não falha”. Sei não. Ultimamente, tem tardado demais da conta, mas em algumas ocasiões, confesso, tenho me surpreendido positivamente.
Vejam por exemplo o caso do agora, felizmente, ex-deputado federal, o Deltan Dallagnol. Fez das suas, tentou burlar o prescrito na lei, mas se encalacrou feio. A perda do mandato foi pouco, pois, pelo que já se sabe, ele e seu parceiro, o ainda deputado-federal Sergio Moro, barbarizaram com preceitos normalmente aceitos no mundo jurídico. Dallagnol já é carta fora do baralho, mas Moro ainda continua, mesmo com todas as revelações já comprovadas contra ele, ainda merecendo elogios de muita gente.
Estes são dois exemplos, o de uma punição e de outra ainda cambaleando, precisando vingar, mas encontrando obstáculos variados e múltiplos. Ou seja, nem sempre se faz justiça ao pé da letra. Isto não é privilégio, nem demérito nosso. Vejam o caso do ex-presidente norte-americano, o Trump, que até documentos secretos do país levou para sua casa, insuflou – como Bolsonaro – um declarado golpe de estado e até hoje, está por um fio. Assim como Bolsonaro, deve pagar por seus erros – muito mais erros que acertos -, mas tudo muito lento. Com Bolsonaro, a lentidão já cansou e preocupa. O que existiria mais a ser descoberto para se chegar a incriminar definitivamente o Seu Jair">A gente vê hoje em dia tanta coisa sendo denunciada, muitas com certo estardalhaço, mas na hora da comprovação, lentidão, morosidade e, em alguns casos, encerramento dos casos sem uma clara definição. Aqui por Bauru, tivemos o caso da compra de imóveis na bacia das almas pela atual alcaide municipal. O fato gerou até uma CEI para investigar tudo, mas ao final, ela não foi cassada e o caso deu-se por encerrado. Agora, mais um, o do programa educacional Palavra Cantada, onde o estado inteiro do MS fez uma compra para muito mais escolas, pagando valor bem menor do que Bauru pagou. Nem CEI vai dar, enfim, fica o dito pelo não dito. Temos aqui uma ETE – Estação de Tratamento de Esgoto, obra perando três istrações e inconclusa. Ocorresse uma investigação séria, aprofundada, mesmo que lenta, creio eu, es teriam não só que se explicar, mas pagar pelo que fizeram ou, ao menos pela omissão, desleixo. A lentidão é mola mestra por estas bandas. Vez ou outra vinga uma auspiciosa decisão.
Henrique Perazzi de Aquino é jornalista, professor de História e mantém o blog Mafuá do HPA (www.mafuadohpa.blogspot.com)
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